segunda-feira, 18 de jul de 2022


Há muito, desde os tempos de foca (jornalista iniciante), quando acompanhava o dia a dia de Marco Maciel como governador, já nos seus últimos dois anos, na condição de estagiário na Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, gostaria de escrever algo mais profundo sobre sua trajetória como homem público.

A vontade aumentou em plena noite de São João quando li um artigo do ex-ministro Gustavo Krause, da escola e linhagem macielista, descrevendo um sonho com o ex-vice-presidente da República. “Tenho sonhado frequentemente com Marco Maciel. Dispenso abordagens científicas e psicanalíticas para interpretar a visão clara que ultrapassa os olhos cerrados pelo sono”, disse.

E acrescentou: “A explicação é simples: não é um desejo oculto ou um mecanismo de compensação pelo encantamento do querido amigo: é desejo manifesto da imortalidade. São imagens claras, encontros reais e o som nítido de suas sábias e elegantes palavras. Mas este sonho não se esgota no reencontro que satisfaz e reaviva os sentimentos humanos. Vai muito além”.

Isso me sensibilizou bastante, sobretudo, quando Krause disse: “É um querer Político: a vontade de ver, como disse poeticamente Joel de Holanda: “Sua figura retilínea, homem bom/apoucado de corpo/mas robusto de caráter, contribuindo com seus valores e atuação incansável no Brasil atual, desvairado de modos, ofendido pelos comportamentos que ameaçam a democracia e desviado do rumo de uma nação vocacionada para grandeza”.

Há 34 dias, com o capítulo que dá sequência hoje, disseco no que é possível, com entrevistas, depoimentos, pesquisas, visitas a gente da sua geração, sua família, enfim, a quem possa dar uma contribuição, o personagem que deu forte contribuição ao processo de transição e a consolidação da democracia no Brasil sem uma gota de sangue, apenas pela sua maior arma, o diálogo.

Meu esforço e iniciativa não estão sendo em vão. Tenho recebido dezenas de mensagens de autoridades, políticos, jornalistas, leitores anônimos, cada qual ao seu modo, manifestando emoção. “Estou acompanhando a série Marco Maciel. Fiquei admirado com o seu faro jornalístico e sua escrita envolvente nas narrativas”, escreveu, de Belo Jardim, o médico Tito Barros.

“Tenho tido muito gosto em saborear seus textos sobre Marco Antônio. Para mim, ele está na galeria particular de nomes como Joaquim Nabuco, Dom Pedro II e, talvez, mais três ou quatro cidadãos brasileiros”, escreveu o leitor Luis Ferreira, acrescentando: “Marco Maciel tem que ser estudado, pesquisado e debatido em todos os centros ligados não apenas à política, mas a fé também”.

Reeleito recentemente presidente da OAB em Caruaru, o advogado Fernando Júnior me enviou, ontem, a seguinte mensagem: “Caro Magno, queria parabenizá-lo por essa série que você está fazendo sobre Marco Maciel. Parabéns, de verdade! Um grande serviço prestado à sociedade e à memória desse grande político e homem público que Pernambuco exportou para o Brasil”.

Diálogo como caminho – Ainda sobre o artigo de Gustavo Krause sobre Marco Maciel: “Cidadão Republicano, como se autodefinia, superava as rotulagens e o estreitamento dos “ismos”, Marco estaria trabalhando incansavelmente, como sempre o fez, para apagar o ódio que fomenta a violência; para construir convergências e consensos que aperfeiçoam as instituições democráticas; para demonstrar, pacientemente que o diálogo é o caminho para soluções políticas e duradouras”.

Por Magno Martins

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