terça-feira, 17 de jan de 2023


Pelos seus méritos, Raquel Lyra (PSDB) chegou ao cargo de procuradora do Estado e embolsa R$ 42 mil por mês. Quando prefeita de Caruaru, optou pela remuneração de carreira, ou seja, o salário da sua profissão. Agora, na condição de governadora, a lei lhe garante o direito de continuar sendo remunerada como procuradora. Sendo assim, ao invés de um salário mensal de R$ 22 mil, como a Assembleia Legislativa aprovou, aumentando o valor anterior de R$ 9 mil, a tucana receberá do Estado os mesmos R$ 42 mil correspondente ao cargo de procuradora.

Mas ao rejeitar o salário aprovado pela Alepe e optar pelo de procuradora, Raquel passa a ser, na prática, a governadora com o salário mais alto do País, acima até de São Paulo. Governador do Estado mais rico da Federação, Tarcísio de Freitas (PL) embolsará salário de R$ 35 mil, já com o aumento em cima do valor anterior, de R$ 23 mil. Em média, os salários de governadores vão de R$ 18 a R$ 26 mil. Segundo maior Estado do País, Minas Gerais paga o salário de R$ 35 mil ao seu governador.

Raquel tem culpa por ter o maior salário do País entre todos os governadores do País? Em absoluto, mas fato é fato. E nas bancas do jornalismo se aprende que o fato é sagrado e a interpretação livre. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite, do mesmo partido de Raquel, recebe R$ 34,5 mil por mês, enquanto o governador do Paraná, Estado também sulista e rico, o salário é de R$ 35 mil.

Transportando essa realidade para o Nordeste, na Bahia, Estado mais rico da região, o governador percebe R$ 35 mil e no Ceará, R$ 19 mil. Se Raquel tivesse optado pelo valor que a Assembleia Legislativa aprovou, de R$ 22 mil, saindo de R$ 9 mil, teria um baita prejuízo, deixando de embolsar R$ 20 mil a cada mês, o que representaria, a cada ano, menos R$ 240 mil, um total de R$ 960 mil ao final do seu mandato de quatro anos.

O mundo dá voltas – Quem diria que um dia o ex-governador Paulo Câmara e o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, técnicos de carreira do Tribunal de Contas do Estado que viraram políticos pelas mãos do ex-governador Eduardo Campos, voltassem a bater ponto no órgão de origem? Desde ontem, eles estão obrigados a dar a cara por lá, mas, provavelmente, por pouco tempo, já que há uma promessa do presidente Lula de aproveitar Câmara em seu governo e, no plano local, João Campos, prefeito do Recife, tende a abrir espaço para Geraldo.

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