quinta-feira, 12 de set de 2024


Na primeira eleição municipal a contar com uma lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra as mulheres, a prisão preventiva de José Claudemir de Oliveira, conhecido como Sinal, diretor de feiras da cidade de Toritama, reacende a questão da violência de gênero. Mostra pequenos avanços e a insuficiência da lei aprovada em 2021 .

Ele foi preso na última terça-feira, no Agreste pernambucano, após denúncias da vereadora Carol Gonçalves (PSDB), 28 anos. A vítima afirma que desde 2023, quando passou a ser oposição, vem sendo alvo de ataques por parte do diretor. Segundo ela, Sinal usou as rádios locais em várias oportunidades para distorcer informações sobre sua atuação política.

Chegou a afirmar que ela teria usado recursos públicos para fazer uma viagem ao México, em 2022, a fim de discutir mudanças climáticas. E não teria pedido licença para afastar-se da Câmara. A viagem aconteceu. Mas a vereadora nega o uso indevido de verba. Assegura também ter comunicado à Casa, embora nem fosse necessário, porque o prazo era curto.

A situação, sustenta Carol Gonçalves, agravou-se este ano, quando o acusado passou a taxá-la de usuária de cocaína e recorreu a fotos de suas redes sociais para fazer montagens e constrangê-la publicamente. A parlamentar,  em seu primeiro mandato, prestou queixa na delegacia por ‘injúria eleitoral’.

“Era uma tentativa de conter o dano. Eu estava com medo de sair às ruas até para panfletar”, afirma a candidata à reeleição.

Justiça
Em audiência na última terça-feira (10), no fórum de Toritama, a promotora Wanessa Kelly Almeida Silva e o juiz Marcos José de Oliveira atentaram para a gravidade do fato. Depois de o réu, sobre quem pesam outras 16 ações, recusar retratar-se, as autoridades consideraram a denúncia ‘crime de violência eleitoral’. O magistrado expediu mandado de prisão e Sinal foi levado ao presídio de Santa Cruz do Capibaribe, município vizinho.

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