Às vésperas do fim do “Maio Laranja”, mês de visibilidade para o combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, o governo de Pernambuco deu um passo importante para o enfrentamento a esse problema. Uma parceria foi firmada com o Instituto Liberta para o desenvolvimento de estratégias para diminuição da violência sexual no Estado.

De acordo com estatísticas atualizadas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 476 casos de estupro de vulnerável (menores de 14 anos) foram somados pela polícia entre janeiro e abril deste ano. Desse total, 123 registros foram no contexto da violência doméstica/familiar. Também foram contabilizados, no período, 117 casos de importunação sexual contra crianças e adolescentes, três vítimas de exploração sexual e duas por estupro coletivo.

Os números, mesmo que subnotificados, dão a dimensão do problema que precisa ser enfrentado com rigor. Nessa segunda-feira (27),  a presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, participou de uma reunião com a governadora Raquel Lyra e representantes das principais secretarias estaduais na sede da Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, na área central do Recife, onde foi firmado o acordo de colaboração.

Luciana enfatizou que a mais recente edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicou que 1.916 casos de estupro de vulnerável foram registrados em Pernambuco (dado referente ao ano de 2022) e que houve aumento das denúncias em relação ao ano anterior. “Esse aumento não é considerado ruim, porque mostra que os casos estão sendo tirados da invisibilidade”, reforçou.

O Instituto Liberta tem parcerias outros órgãos públicos do País, a exemplo do Tribunal de Justiça do Pará e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.