Chega a nove o número de casos confirmados do superfungo Candida auris em Pernambuco. Nesta segunda-feira (5) a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) comunicou que foram diagnosticados dois novos casos do fungo. Os dois pacientes são do sexo masculino e têm 50 e 54 anos, eles estão internados no Hospital do Tricentenário, em Olinda e estão sendo acompanhados no setor da enfermaria. Ao todo, há cinco casos nessa unidade de saúde. Outros três foram no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife, e um em um hospital particular do Recife. Os dois primeiros casos de 2023 foram confirmados no estado no dia 19 de maio.

Os diagnósticos dos dois contaminados se deu pela realização de exames de vigilância para casos contactantes de caso positivo, iniciou, na última sexta-feira (2), o processo de desbloqueio dos leitos da unidade, de forma gradativa. Neste primeiro momento, 56 leitos foram liberados, sendo 28 de cirurgia geral e outros 28 de ortopedia. Esses leitos poderão receber pacientes encaminhados pela Central Estadual de Regulação de Leitos. É importante frisar que o setor de emergência permanece sem receber novos pacientes.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que os dois “pacientes foram admitidos no Tricentenário por outras motivações, que envolvem sequelas de AVC e infecção do trato urinário, e não apresentam repercussões clínicas decorrentes do fungo.”

Os dois primeiros casos foram confirmados no dia 19 de maio, os pacientes são dois homens, de 48 e 77 anos, internados respectivamente nos hospitais Miguel Arraes e Tricentenário. O terceiro caso, também foi de um homem, dessa vez de 66 anos, confirmado no dia 23 de maio, que estava internado no Hospital Português, mas que já recebeu alta. O quarto caso de Candida auris foi confirmado no dia 29 de maio, o paciente tem 63 e é do sexo masculino, internado no Hospital Miguel Arraes. No último dia 31, mais dois casos foram confirmados, a primeira vítima é uma idosa de 70 anos, que já havia recebido alta no último dia 23 e que também estava no Miguel Arraes. O outro, é um homem de 51 anos que continua internado no Tricentenário. O sétimo caso foi confirmado no dia 1º deste mês e trata- se de um idoso de 69 anos, internado no Hospital do Tricentenário.

O Candida auris é de difícil diagnóstico e recebeu esse nome de ‘superfungo’ por ser resistente a praticamente todos os medicamentos. Sem um protocolo específico, ele pode ser confundido com vários outros tipos comuns. O fungo pode causar doenças em pessoas que possuem a imunidade mais comprometida e estão internadas no hospital por muito tempo.

O superfungo Candida auris pode causar infecções invasivas, graves e associadas à alta mortalidade, podendo apresentar características de multirresistência e levar à ocorrência de surtos em serviços de saúde.

No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em 2020, em um paciente que estava internado em uma unidade de saúde em Salvador, na Bahia. No estado, os dois primeiros casos do superfungo foram oficializados em janeiro de 2022, em uma mulher de 70 anos, e um homem, de 67. Ambos estavam internados no Hospital da Restauração. A mulher morreu. Sete meses depois, a SES-PE informou que 48 pacientes foram infectados pelo fungo.