quinta-feira, 02 de out de 2025


A morte de mais um homem está sendo investigada por possível ligação com os casos de intoxicação por metanol nas bebidas alcoólicas em Lajedo. De acordo com a prefeitura da cidade, o homem foi identificado como Jonas da Silva Filho, de 25 anos.

Ele deu entrada no hospital Municipal Maria da Penha no final de agosto, relatando dificuldades para enxergar, náuseas, pressão alta e taquicardia. Jonas morreu antes de ser transferido para o hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, onde os outros casos foram notificados.

Na tarde da última terça-feira (30), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) já havia confirmado três casos suspeitos notificados em duas regiões do Agreste: uma morte e uma perda de visão em Lajedo, e uma morte em João Alfredo.

Essas vítimas foram identificadas como Celso da Silva, de 43 anos, que deu entrada no Hospital Mestre Vitalino no dia 2 de setembro e morreu no dia 9 do mesmo mês; Marcelo dos Santos Calado, 32 anos, cunhado de Celso, que deu entrada no HMV no dia 4 de setembro e recebeu alta no dia 23, tendo como sequela a perda da visão; e um homem de 30 anos, morador de João Alfredo, com as iniciais R. L., que deu entrada no HMV em 26 de setembro em estado grave e, mesmo com intervenções médicas, veio a óbito na última terça-feira (30).

Agora, a morte de Jonas da Silva Filho, também em Lajedo, se junta a lista de casos investigados. De acordo com o delegado titular da cidade, Cledinaldo Orico, todas as vítimas identificadas até agora estavam bebendo juntas.

“Eles estavam juntos, num festival de rock em Lajedo, e fizeram esse consumo. Há uma contradição em relação a quem comprou o whisky. Segundo o sobrevivente [Marcelo dos Santos], uma das vítimas teria adquirido, mas depois modificou a versão”, detalhou.

Ainda segundo Orico, não há marcas específicas que possam ser apontadas para a adulteração. Geralmente esse crime acontece com os destilados. “O whisky é muito fácil de ser ‘mascarado’. Geralmente usam iodo para dar aquela coloração [dourada e transparente]”, contou.

“Ainda não há prova da conexão com o estado de São Paulo. Foi solicitado que eles [a polícia] nos deem informações para que a gente possa trabalhar nas semelhanças e nas distinções, a fim de ver se há conexão ou não. Tudo que tinha de ser feito está acontecendo. O material biológico dos corpos foi coletado para confirmar a intoxicação e trabalhamos na busca pela autoria desses casos”, finalizou o delegado.

Karla Baêta, diretora da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), explicou que o órgão só foi notificado dos possíveis casos na tarde da última terça (30) e o tema já pode ser tratado como um “alerta nacional” e uma fraude que pode ultrapassar limites territoriais.

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