terça-feira, 07 de janeiro de 2025


A relação entre a governadora Raquel Lyra (PSDB) e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) havia acalmado nos últimos meses de 2024, depois de quase dois anos de embates e muito desgaste para o Governo tucano.

Ainda está fresca na memória daqueles que acompanham a política no Estado a peleja de Raquel com a Casa em seu primeiro ano de gestão, em 2023, quando ela vetou trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e teve esses vetos derrubados pelos deputados, no que seria um dos capítulos iniciais da queda de braço.

Frequentemente acusada de agir com falta de diálogo, Raquel se viu em outra crise com a Alepe em 2024, durante a tramitação do projeto de lei que extinguiu as faixas salariais dos policiais e bombeiros militares do Estado de forma escalonada, até 2026. Foi muita dor de cabeça até a governadora aprovar a medida como desejava.

Depois da canseira que a Assembleia deu à gestora, talvez fazendo com que ela e sua equipe tivessem mais consciência de que não se governa um Estado sozinha e sem fazer política, Raquel Lyra recuou e até fez um gesto à Alepe. Não se envolveu na nova eleição da Mesa Diretora da Casa, em dezembro passado. Deixou correr livre e defendeu que era um assunto interno da Assembleia.

Mas, o que parecia um ensaio de paz, já foi por água abaixo logo nos primeiros dias deste ano. O não pagamento das emendas impositivas despertou, de novo, o mau humor dos deputados, que, ontem (6), se reuniram e decidiram encaminhar um pedido de informação ao Governo sobre o assunto. Assim, teve início a primeira crise de 2025 entre a governadora e a Alepe.

GOVERNO TEM 30 DIAS PARA EXPLICAR 

Liderados pelo presidente reeleito da Assembleia, Álvaro Porto (PSDB), os deputados assinaram um documento estabelecendo prazo de 30 dias para que o Poder Executivo explique o motivo de não ter pago as emendas impositivas até 30 de dezembro do ano passado, como havia prometido Raquel Lyra. De maneira geral, eles defendem que não é falta de dinheiro. Além disso, será encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) um pedido de auditoria especial. Até o momento, dos R$ 188 milhões, foram pagos R$ 43 milhões.

*Do Blog do Magno Martins
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