segunda-feira, 07 de jul de 2025
Embora tenha negado insistentemente que seja candidato a presidente da República nas eleições do ano que vem, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já admite essa possibilidade faltando meses da eleição presidencial. Segundo o jornal O Globo, o gestor paulista já discute prováveis cenários da campanha, assim como as alianças que precisará costurar.
Faz tais articulações, claro, em conversas privadas com políticos e empresários. Publicamente, entretanto, nem sob tortura admitirá essa possibilidade antes de 2026 chegar. Até o fim do ano, repetirá que é candidato à reeleição. O Centrão, que majoritariamente aposta em Tarcísio e quer enfiar um representante seu na chapa, como vice, considera muito provável que Jair Bolsonaro aponte o seu candidato em dezembro.
Nos sonhos desta turma, segundo o jornal, o vice de Tarcísio seria Ciro Nogueira. Se, no entanto, o ex-presidente quiser indicar Michelle ou um dos filhos, ninguém dirá não a ele. E no caso de Bolsonaro se decidir só no ano que vem? “Vamos resolver isso no fim do ano. Se o Bolsonaro não se definir até lá é porque o candidato dele a presidente será o Flávio (Bolsonaro)”, disse um parlamentar bolsonarista.
No início da semana passada, o clima esquentou na Assembleia Legislativa de São Paulo, não por discussões sobre temas de interesse do Estado, mas pelo embate entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Tarcísio de Freitas. “Tarcísio é candidato a presidente da República e o que é importante para ele? Que Bolsonaro não se habilite, porque ele quer o lugar do Bolsonaro”, apontou o deputado Paulo Reis (PT).
Do outro lado, Danilo Campetti, do Republicanos de Tarcísio, questionou o esforço da oposição para derrubar as propostas do governador. “A esquerda votou contra um projeto de combate à pobreza (SuperAção). Pode ter divergência, mas votar contra? Mas trabalham para aumentar imposto, mesmo com o governo federal batendo recorde de arrecadação”, atacou.
Em outro momento, Emídio de Souza (PT), amigo de Lula, disparou contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por propagar nos Estados Unidos a tese de que o Brasil vive um regime de exceção. “O país não está perto de virar ditadura. Viraria se não tivéssemos derrotado o 8 de Janeiro”, afirmou.
A nacionalização do debate no Legislativo paulista tem se tornado não só mais frequente, como é embalada por um motivo bastante claro: o petismo enxerga cada vez mais em Tarcísio o adversário que terá de ser batido por Lula em 2026.