Após confirmar, na terça-feira (4), o décimo caso de Candida auris este ano em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que mais um paciente colonizado pelo superfungo foi a óbito.
A Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. Ele pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas.
O paciente que foi a óbito tinha 69 anos e estava internado no Hospital do Tricentenário, em Olinda, no Grande Recife. Ele faleceu no dia 26 de junho.
Segundo garante a SES-PE, a morte não teve como causa a Candida auris. O paciente foi a óbito “em virtude de comorbidades preexistentes, associadas à internação. Portanto, sem relação alguma com a Candida auris”.
É a segunda morte de paciente diagnosticado com o superfungo este ano no Estado.
Em junho, a SES-PE já havia confirmado o óbito de um homem de 63 anos, que estava no Hospital Miguel Arraes (em Paulista, no Grande Recife). De acordo com a pasta, ele também faleceu em virtude das comorbidades associadas à internação, e não por causa do superfungo.
Esse paciente havia dado entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Miguel Arraes por complicações de problemas ortopédicos.
Agora, segundo informa a diretora-geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Karla Baêta, a situação dos dez pacientes diagnosticados com o superfungo é classificada da seguinte maneira: três permanecem internados no Hospital do Tricentenário, dois no Miguel Arraes, três tiveram alta hospitalar e dois foram a óbito.
A diretora-geral da Apevisa também explica que, por questões preventivas neste momento atual dos surtos de Candida auris no Estado, o setor de emergência do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, está sem receber novos pacientes até a próxima segunda-feira (10).
A suspensão ocorre depois da confirmação do 10º caso do superfungo: um homem de 52 anos que está no Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, no Grande Recife. Antes de chegar a essa unidade, ele foi atendido no Hospital Getúlio Vargas (HGV), onde recebeu cuidados iniciais para tratar uma lesão em membro inferior motivada por um acidente.
A SES-PE explica que a pausa nos atendimentos vem da necessidade de controle e monitoramento das pessoas que podem ter entrado em contato com o paciente durante o período de internação no Getúlio Vargas.
“Como medida de controle e mapeamento de possíveis novos diagnósticos, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) coordenará a ação de testagem dos pacientes internados no setor”, diz a SES-PE.
Esse monitoramento, de acordo com a pasta, envolverá a testagem de pacientes com maior risco, como aqueles com mais de 72h de internamento (setor de emergência), uso de antibioticoterapia por mais de 24 horas e com histórico de procedimentos invasivos (uso de sonda e suporte ventilatório, por exemplo).
“A Secretaria Executiva de Regulação de Pernambuco já está em contato com todas as unidades da rede de saúde, principalmente aquelas localizadas no Recife e Região Metropolitana, a fim de monitorar o fluxo de demandas em cada um desses serviços, diante da restrição de novos atendimentos no Hospital Getúlio Vargas.”
A orientação, de acordo com a secretaria, é que os novos pacientes sejam distribuídos nas demais unidades de emergência da rede.