sábado, 19 de jul de 2025
As baixas temperaturas registradas nos últimos dias em Pernambuco têm surpreendido moradores e levantado questionamentos sobre as causas do frio atípico no Estado. Em Garanhuns, no Agreste, os termômetros marcaram 15,2°C no dia 16 de julho, a menor temperatura registrada no município desde 1991, registrados pela Apac. Já no Recife, a madrugada do dia 3 foi a mais fria do ano até agora, com sensação térmica ainda menor por conta da baixa umidade e da ausência de nuvens no céu.
De acordo com o meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Romilson Ferreira, esse comportamento está diretamente ligado à chegada do inverno no Hemisfério Sul e à influência de fatores locais. “Julho de 2025 está bem friozinho em Pernambuco. A gente já tá notando que, tanto no Agreste como no Sertão, temos temperaturas bem baixas, algumas vezes abaixo de 15 graus”, afirmou. Ele destacou que, além da altitude, a pouca nebulosidade tem contribuído para a queda dos termômetros durante a madrugada. “A gente deve continuar com essas temperaturas nos próximos dias. Não há previsão de chuva para o Sertão, e no Agreste só chuva fraca.”
A meteorologista Edivânia Santos, também da Apac, explica que o fenômeno não está relacionado a eventos como La Niña ou El Niño. “Atualmente estamos em uma condição de neutralidade no Oceano Pacífico, ou seja, sem influência direta de anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial, que modulam a circulação atmosférica global”, detalha. Segundo ela, é o Oceano Atlântico, e não o Pacífico, o principal modulador das condições atmosféricas em Pernambuco neste momento.