sábado, 30 de julho de 2022
Um policial militar lotado no Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi o responsável pelo tiro que matou a menina Heloysa Gabrielle, de 6 anos, na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco, em 30 de março de 2022.
As informações sobre o resultado do inquérito policial foram divulgadas, nesta sexta-feira (29), pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares e o Projeto Oxé – Atendimento Jurídico e Psicossocial para vítimas de Racismo, que prestam apoio jurídico à família de Heloysa.
Heloysa foi morta com um tiro no peito no momento em que ocorria uma perseguição policial. Na ocasião, os policiais envolvidos alegaram que houve uma troca de tiros – o que foi negado por testemunhas.
Uma reprodução simulada apontou que os tiros disparados partiram apenas da viatura – e não do suspeito que estava na moto (como disse a polícia).
O inquérito ainda apontou que houve indícios de fraude processual praticada pelos policiais militares.
A Polícia Civil, responsável pelo inquérito policial, não quis divulgar o resultado das investigações – apesar da promessa de transparência feita pelo secretário de Defesa Social, Humberto Freire, na época em que ocorreu a morte da menina.
O delegado Ícaro Schneider, responsável pela investigação, também foi procurado. Mas informou que não falava com a imprensa.
O policial militar, cujo nome não foi divulgado, foi indiciado pelo crime de homicídio doloso (por ter assumido o risco de atirar, mesmo sabendo da possibilidade de ocorrer uma morte).
O inquérito policial foi encaminhado nessa quinta-feira (28) para análise do Ministério Público.
“A Promotoria de Justiça Criminal de Ipojuca confirma o recebimento do inquérito policial. Os autos serão analisados no prazo estabelecido no Código de Processo Penal, com a apresentação da manifestação ministerial no momento oportuno”, informa nota do MP.