sexta-feira, 13 de jun de 2025

Dados do boletim Infogripe, da Fiocruz, mostram que desde o início de abril, o número de mortes causadas pelo influenza vem aumentando consecutivamente. No boletim publicado no início de abril, o vírus era responsável por 10,9% das mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Já na última edição, publicada na quinta-feira (12), 75,4% dos óbitos pela condição caracterizada por sintomas como febre alta, tosse intensa, dificuldade para respirar, calafrios e cansaço extremo, foram causados pelo vírus.
Além disso, a Fiocruz afirma que o número de casos de SRAG em maio deste ano quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, registrando um aumento de 91%. Essa alta atípica de ocorrências se concentra principalmente nos estados das regiões Centro-Sul.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, as mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), causadas por Influenza, cresceram mais de 127% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com informações da Agência Brasil.
Entre as capitais do país, 17 apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais) Boa Vista (Roraima) Brasília (Distrito Federal), Curitiba (Paraná), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), João Pessoa (Paraíba), Macapá (Amapá), Maceió (Alagoas), Manaus (Amazonas), Natal (Rio Grande do Norte), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia) e São Luís (Maranhão
Embora as doenças respiratórias comecem a aumentar no outono, estação que teve início no final de março, o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, explica que até o mês de maio, predominam as infecções por vírus sincicial respiratório (VSR), que costumam afetar mais crianças pequenas e idosos. Em geral, a circulação do influenza ocorre nos meses de junho e julho, quando é inverno e as temperaturas ficam ainda mais baixas.
Um dos motivos para esse aumento, além das baixas temperaturas, é a adesão à campanha de vacinação segue baixa. Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura vacinal até o dia 10 de junho entre os grupos prioritários, que inclui crianças pequenas, idosos e gestantes, é de 37,77%. Muito abaixo da meta de 90% de cobertura.
De acordo com o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), esses grupos são justamente os mais vulneráveis às formas graves da doença.