O governo federal anunciou uma Medida Provisória que permitirá que trabalhadores demitidos sem justa causa desde 2020, que aderiram ao Saque-Aniversário do FGTS, possam sacar o saldo total do fundo. A medida, que será publicada nesta sexta-feira, deve beneficiar 12,1 milhões de pessoas e começa a valer a partir de março de 2025.

A iniciativa representa uma injeção de R$ 12 bilhões na economia, sendo vista como um movimento estratégico do governo para aquecer o mercado e fortalecer a popularidade do presidente Lula.

Impacto no Consumo e Risco de Inflação

Economistas alertam que a liberação dos recursos pode estimular o consumo, mas também pressionar a inflação, especialmente ao ser combinada com a ampliação de novas linhas de crédito consignado.

“Com mais dinheiro em circulação, a tendência é que haja um aquecimento na demanda por bens e serviços, o que pode levar a um aumento dos preços e impactar a inflação.” – destacam analistas do mercado financeiro.

A medida também levanta discussões sobre a sustentabilidade do FGTS, já que o fundo é um dos principais responsáveis pelo financiamento de habitação popular e investimentos em infraestrutura.

Setor Imobiliário Cauteloso

Com a reformulação das regras do FGTS, o setor imobiliário expressa preocupação quanto ao futuro dos recursos destinados ao financiamento habitacional. O receio é que a liberação de saques em massa possa reduzir a capacidade do fundo em financiar programas como o Minha Casa, Minha Vida.

Por outro lado, o governo justifica a decisão como um equilíbrio entre atender os trabalhadores e manter o funcionamento do FGTS, garantindo que a reformulação das regras não prejudicará o financiamento da habitação no país.

Popularidade e Efeito Eleitoral

Além do impacto econômico, a liberação do FGTS também tem um forte peso político. A medida pode melhorar a avaliação do governo Lula, já que coloca recursos diretamente nas mãos da população em um momento de desafios econômicos.

Com essa decisão, o governo busca não apenas estimular a economia, mas também fortalecer sua relação com trabalhadores que, nos últimos anos, enfrentaram dificuldades no acesso ao saldo do FGTS após demissões.

A liberação começa em março de 2025, e os trabalhadores devem ficar atentos às regras e prazos para saque.