terça-feira, 22 de ago de 2023


O prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse na manhã de segunda-feira (21/08), depois de anunciar a realização da I Olimpíada de Matemática da cidade, que a Secretaria de Turismo e Lazer será administrada interinamente pelo secretário-executivo da pasta, Mustafá Dias. E ainda está analisando quem ocupará o posto em definitivo. Nos bastidores,, sabe-se que o cargo vem sendo negociado com o grupo político comandado pelo ex-prefeito de Petrolina e ex-candidato ao Governo do Estado nas últimas eleições, Miguel Coelho (União Brasil).

A pasta estava sendo gerida pela jornalista Maria Cláudia de Paula, conhecida como Cacau de Paula, filha do ministro da Pesca, André de Paula (PSD). Presidente do Partido Social Democrático no Estado, o macielista e ex-candidato ao Senado Federal na chapa encabeçada pela ex-deputada Marília Arraes saiu da base do peessebista e decidiu integrar o Governo de Raquel Lyra (PSDB), adversária do prefeito. Quando a filha tomou posse como secretária de Cultura de Pernambuco, na última sexta-feira (18/08), o ministro fez questão de dizer que uma palavra resumia sua relação com João Campos: gratidão.

O prefeito também destacou fazer política com lealdade, seguindo os passos do pai, o ex-governador Eduardo Campos (1965-2014). E admitiu que a política tem movimentos que podem surpreender. Veja a íntegra da entrevista que durou, aproximadamente, cinco minutos, incluindo a apresentação da OMR.

Prefeito, o senhor já escolheu quem será o secretário de Turismo e Lazer do Recife?

JOÃO CAMPOS – A gente está conduzindo de forma interina com Mustafa (Dias), que é um quadro respeitado da área, um técnico, tem grande relação com o trade de turismo daqui e de fora. Ao longo dos próximos dias, a gente vai avançar a discussão para poder fechar um nome permanente.

Ele será ligado ao grupo dos Coelhos?

JOÃO CAMPOS – A gente está fazendo uma avaliação primeiro técnica e, claro, como tudo que envolve a política, também se tem uma avaliação política. Mas não tem nenhuma decisão tomada, nenhum nome cravado. Nos próximos dias, a gente deve efetivar o nome que vai tocar essa secretaria importante da cidade.

O ministro André de Paula saiu da sua base de apoio dizendo ser muito grato ao senhor, O senhor também é grato a ele? ou acha que as negociações poderiam ter acontecido de forma diferente? 

JOÃO CAMPOS – Tudo que eu faço na minha vida, inclusive na política, eu faço por convicção. Não sou daquela pessoa que se arrepende do que faz, porque eu faço com o coração e faço buscando ter razão também no que faço. E a política tem disso. A política tem movimentos que podem surpreender você, que você não espera. Mas eu posso dizer a você que estou animado como nunca estive, disposto a trabalhar, a entregar, a fazer gestão. Eu costumo dizer, e isso é verdade, o tempo da política é diferente do tempo da sociedade. O que as pessoas esperam da gente é fazer o que a gente está fazendo aqui hoje. É poder lançar programa, é aumentar a rede de educação, é fazer obra, fazer entregas. O meu foco absoluto tem sido cuidar do Recife e garantir que a nossa cidade possa crescer e inovar a cada dia. Quantas cidades no Brasil tem uma Olimpíada de Matemática própria da sua rede? Pouquíssimas. Recife agora faz parte desse grupo, então é pra isso que eu estou aqui.

A saída do PSD significa a necessidade de uma rearrumação político-partidária também dentro da gestão? 

JOÃO CAMPOS – Efetivamente, quando você tem uma mudança de partido, enfim, por lado ou por outro, você reorganiza à sua frente seu grupo. Eu estou muito tranquilo, estou com foco absoluto na gestão e, como eu disse, na política tem disso. Eu aprendi com meu pai a fazer política com convicção, com lealdade, guardando valores importantes e vou seguir fazendo da mesma forma, valorizando quem está perto e, sobretudo, quem tem as mesmas causas. O que me traz aqui é a mesma causa que trouxe Miguel Arraes, trouxe Eduardo Campos. A gente tem lado, A gente sempre vai estar do lado de quem precisa, a gente sempre vai estar fazendo política pública como essa aqui. Eu quero ver filho de pedreiro, de uma diarista, filho de trabalhador autônomo, menino do Ibura, menino do Coque, menino que mora em Casa Amarela, quero ver estudando fora do país, eu quero ver conhecendo a Nasa, quero ver recebendo uma medalha pelo conhecimento. Essa é a minha escola de fazer política e é assim que eu vou seguir.

O senhor tem aproveitado para conversar também com outros partidos e com a ex-deputada federal Marília Arraes?

JOÃO CAMPOS – A gente está conversando com várias forças da política. A política se faz no diálogo. E não adianta você dizer que defende diálogo e não dialogar. Eu diria que converso no dia a dia com muita gente, Sempre com foco na gestão. Quando passa ali do período do expediente, você também agrega a força política que isso faz diferença.

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