Os portões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foramabertos oficialmente aomeio-dia e fechados às 13 horas do último domingo e mais de 200 mil pessoas realizaram a prova em Pernambuco. A aplicação começou às 13 horas e foi até 19h.
O estado contou com 576 locais de prova e 7.191 salas de aplicação, além de 218,8 mil inscrições.
Ao todo no país, mais de 3,9 milhões de pessoas se inscreveram, número que representa um aumento de 13% em relação à edição do ano passado.
De acordo com dados oficiais do Ministério da Educação, o exame contou com participação de 71,9% dos inscritos, praticamente o mesmo número de 2022 (71,7%).
O estado que registrou a maior ausência foi o Amazonas (44%) e a menor foi registrada no Paraná (24,4%) e em Sergipe (24,6%), enquanto Pernambuco registrou ausência de 26,9%.
Em todo o país, foram eliminadas do exame 4.293 pessoas.
A prova desta edição foi colorida pela primeira vez e o cartão de respostas foi ampliado, visando acessibilidade.
Neste primeiro exame, os participantes resolveram às questões de linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; língua estrangeira escolhida na inscrição (inglês ou espanhol) e, claro, a redação, cujo tema este ano tratou dos “desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
De acordo com as regras, o texto da redação precisa ser dissertativo-argumentativo e ter até 30 linhas.
No próximo domingo, será realizada a segunda etapa do exame, em que vão ser testados os conhecimentos de ciências da natureza e matemática.
O gabarito oficial neste ano será publicado apenas no dia 24 de novembro. Alguns participantes conversaram com o Diário antes de adentrar nas suas salas de prova.
Uma delas foi Raissa Lopes, de 18 anos, moradora do Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, que chegou uma hora antes da abertura dos portões naUniversidade Católica de Pernambuco (Unicap), no centro da cidade, para evitar imprevistos.
“É a terceira vez que faço o exame, mas desta vez é para valer. Preferi chegar cedo para conhecer o lugar, preparar meu psicológico e tentar ficar mais tranquila”, afirmou Raissa, que pretende cursar Jornalismo.
No entorno da Unicap, havia muitas tendas de apoio ao estudante e uma delas é de iniciativa da Frente Favela Brasil, que oferece água, refrigerantes, biscoitos, canetas e absorventes gratuitamente e sem necessidade de cadastro.
De acordo com a coordenadora do projeto, a ação é realizada há quatro anos.
“A iniciativa é voltada para qualquer aluno, mas sobretudo aos de escola pública, que não têm apoio como os de escolas privadas. Queremos deixar a mensagem ao aluno de que eles não se reduzem a uma nota”, disse Rosângela.
Na tenda, há ainda um caderno em que o candidato ao exame pode deixar uma mensagem. “Você vai conseguir”, “você é capaz”, “uma prova não define sua inteligência” são algumas das frases escritas por quem passou pelo local.
“O caderno é uma forma de verificar também a emoção dos estudantes e trabalhar o mental deles”, acrescentou a coordenadora do projeto.
Outra tenda colocou uma banda de pagode para quebrar a ansiedade dos estudantes. Andrey Ferreira, 19 anos, chegou na entrada do bloco A da Unicap cantando e batendo a mão no peito. Estreante no exame, ele sonha em ser fisioterapeuta.
“Estou bem nervoso, nunca fiz a prova, nem em testes. Mas esse pagodinho já me ajudou a tirar o foco do nervosismo. É bom para relaxar”, brincou.
Sara Melo, 21 anos, chegou ao mesmo local correndo, mas os portões haviam fechado dois minutos antes. Moradora do Alto Santa Terezinha, ela disse que não conseguiu transporte.