quinta-feira, 11 de set de 2025


Doce, calma e querida por todos que a conheciam no município de Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco. É assim que a mãe de Alícia Valentina Lima dos Santos Silva, de 11 anos, descreve a filha, que faleceu no último domingo (7), vítima de espancamento dentro da Escola Municipal Tia Zita, onde estudava.

O caso, que chocou não apenas a cidade — localizada a 545 km do Recife —, mas também tem causado grande comoção no país, reacende o debate sobre a violência nas escolas públicas, e destaca a necessidade de compreender a violência como um fenômeno multifacetado, que frequentemente se inicia com práticas de bullying e, quando não interrompidas, podem escalar para formas mais severas, como o assédio e a violência física extrema.

Essas situações não podem mais ser tratadas como problemas pontuais dentro da sala de aula; elas precisam ser enfrentadas no cotidiano das escolas, por meio de um trabalho coletivo que envolva também as famílias e o Poder Público.

O combate à violência nas escolas deve incluir tanto medidas preventivas quanto a identificação dos envolvidos e a responsabilização adequada em cada caso.

Segundo a psicóloga e psicanalista Marília Galdino, é importante compreender que o bullying se caracteriza por uma relação de poder desigual, na qual comumente uma pessoa se utiliza de um privilégio social para cometer violência com pessoas que se encontram em vulnerabilidade social por questões diversas, relacionadas a questões como força física, raça, gênero, classe social, entre outras. Nesse contexto, incluem-se também o machismo, a misoginia e outras formas de agressão.

No caso de Alícia Valentina, conforme registrado no Boletim de Ocorrência, um dos colegas teria iniciado o espancamento após ela recusar um pedido para “ficar com ele”. Ainda segundo informações do boletim, divulgadas pelo G1 Pernambuco nesta quarta-feira (9), as agressões teriam começado no banheiro da escola, e outros adolescentes estariam envolvidos no crime.

Em entrevistas, a mãe da vítima afirmou que ainda não sabe detalhes sobre o que de fato aconteceu com sua filha, que não chegou a relatar o motivo, e que a escola não soube informar aos familiares quais foram as circunstâncias das agressões. A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que um inquérito foi instaurado para investigar o caso.

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