segunda-feira, 31 de mar de 2025
Prometeram uma festa.
Prometeram cultura.
Prometeram celebrar o homem do campo.
E cumpriram — com sobra.
O que aconteceu em Jupi neste 30 de março não foi apenas a realização da I Festa do Carro de Boi. Foi algo maior, mais profundo e mais bonito. Foi a materialização do orgulho de um povo, da força de uma tradição que resiste ao tempo, às modernidades e aos silêncios que, por vezes, engolem histórias como essa, de rodas de madeira rangendo pelas estradas do Agreste.
Era manhã de domingo e o sol já dava sinais de que não seria tímido. Mas nem o calor conseguiu conter os olhares curiosos que tomavam conta das calçadas. Com as primeiras batidas dos cascos e o ranger ritmado dos carros de boi, Jupi despertou diferente.
As ruas se encheram de aplausos, celulares erguidos, crianças encantadas e adultos com o brilho nos olhos de quem se reconhece no espelho da própria história. Vieram carreiros de todo canto — do próprio município e de cidades vizinhas — cada um trazendo não só seus bois e seus carros cuidadosamente enfeitados, mas também um pedaço da memória coletiva do Agreste.
A promessa de uma festa virou um espetáculo de identidade cultural.
Entre bois, gente e aplausos
O desfile começou às 8h da manhã, e desde então, o que se viu foi organização, respeito e emoção. A cidade estava vestida para receber a festa: havia uma logística impecável, servidores e secretarias atuando lado a lado, e um clima de cuidado que se percebia nos detalhes.
Não era só uma homenagem ao carro de boi — era um grito de valorização à cultura do campo, um aceno de reconhecimento a quem carrega a lida nos ombros e transforma o chão seco em terra fértil de cultura e memória.
No espaço da festa, a rede de educação e assistência social deu show. Crianças, jovens e idosos apresentaram o que sabiam e o que aprenderam — danças, teatro, música — como se dissessem: “Estamos aqui, e queremos que essa tradição continue conosco.”
Artistas da terra e da região subiram ao palco com orgulho, ajudando a criar aquela atmosfera que só o Agreste sabe construir — popular, genuína, de arrepiar sem precisar de luxo.
A força de um evento que nasce gigante
Conversamos com gente de todas as idades. Carreiros antigos, emocionados por ver um evento voltado ao que viveram a vida inteira. Jovens que viram pela primeira vez algo que só ouviram contar. E todos repetiam a mesma palavra: “orgulho”.
A prefeita Rivanda Freire, visivelmente emocionada, conversou com a equipe e não escondeu a surpresa com a dimensão que a festa tomou. “Esse evento vem para ficar. E não tenho dúvidas: em pouco tempo, ele levará o nome de Jupi, do Agreste e de Pernambuco para o Brasil todo.”
Com esse tom, a Festa do Carro de Boi não só resgatou uma tradição, como acendeu um novo farol no mapa cultural do estado.
Jupi não apenas celebrou sua gente. Jupi se apresentou.
E ao que tudo indica, o carro de boi agora vai seguir em frente, levando, mais do que carga, a história viva de um povo que sabe de onde veio — e que agora mostra com orgulho pra onde vai.
Que venha a próxima edição. E que venham muitas outras.
🎙️ Confira as entrevistas na íntegra e veja como a cultura do campo tem voz, força e destino.
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