quinta-feira, 23 de nov de 2023
A Polícia Militar de Pernambuco anunciou, na noite desta quarta-feira (22), a troca do comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). A decisão foi tomada dois dias após PMs da unidade especializada invadirem uma casa e mantarem dois homens na comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, Zona oeste do Recife.
O tenente-coronel Wanbergson correia Melo será substituído interinamente pelo major José Rogério Diniz Tomaz, a partir desta quinta-feira (23). Em nota, a Polícia Militar informou que a mudança ocorre “em decorrência dos acontecimentos na Iputinga na última segunda-feira (20), e com o intuito de assegurar total lisura e transparência nas investigações em andamento”.
Nesta quarta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva de seis dos nove policiais militares envolvidos na ação que resultou nas mortes de dois homens na segunda-feira.
A audiência de custódia, que converteu as prisões em flagrante em preventivas, foi realizada no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Joana Bezerra, área central do Recife. O juiz plantonista acolheu a manifestação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que solicitou a manutenção das prisões de seis policiais filmados entrando na residência antes dos tiros serem disparados contra as vítimas.
Em nota oficial, a assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) declarou que os policiais militares Carlos Alberto de Amorim Júnior, Ítalo José de Lucena Souza, Josias Andrade Silva Júnior, Brunno Matteus Berto Lacerda, Rafael de Alencar Sampaio e Lucas de Almeida Freire Albuquerque Oliveira tiveram as prisões preventivas decretadas porque há indícios de autoria e materialidade do crime ao qual estão sendo acusados e também como garantia da ordem pública.
Eles seguiram para o Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), em Abreu e Lima.
LIBERDADE, MAS COM RESTRIÇÕES
Já os PMs Jonathan de Souza e Silva, Carlos Fonseca Avelino de Albuquerque e Valdecio Francisco da Silva Júnior receberam liberdade provisória, a pedido do MPPE, que entendeu que eles não estavam na casa no momento dos tiros.
Mas esses policiais terão que cumprir três medidas cautelares: comparecimento ao juíza mensalmente para informar e justificar suas atividades; proibição de acesso ou frequência ao local onde ocorreu o fato e suas proximidades; suspensão de suas atribuições, devendo suas atividades se restringirem à área interna dos seus batalhões e sem uso de arma de fogo.