Dois agentes socioeducativos e um coordenador da unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) onde um adolescente foi assassinado com requintes de crueldade, no dia 10 de agosto, foram afastados das atividades. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que também apura as circunstâncias do óbito.
O adolescente de 14 anos foi amarrado com lençóis e sofreu vários golpes no pescoço, possivelmente com o uso de uma faca, na Casa de Acolhimento Socioeducativo (Case) de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
No mesmo dia, seis adolescentes (um de 13, três de 15 e dois de 16) que cumpriam medida socioeducativa na unidade foram identificados como os autores da morte. Eles foram encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife. Lá, foram autuados em flagrante por ato infracional equivalente ao crime de homicídio e foram encaminhados para o MPPE.
A unidade, que tem capacidade para 72 vagas, contava com apenas 36 adolescentes do sexo masculino no dia da morte, o que chama ainda mais a atenção para a falta de controle dos profissionais para evitar atos de violência.
Número mais atualizado da Funase, publicado nessa segunda-feira, apontou que havia 29 adolescentes na unidade.
Por meio de nota, a 39ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital do MPPE declarou que instaurou uma notícia de fato com o objetivo de apurar as circunstâncias do óbito do socioeducando e a eventual responsabilidade de funcionários pelo ocorrido.
“Caso seja apurado que os agentes tiveram responsabilidade no ocorrido, a Promotoria irá encaminhar o caso à Central de Inquéritos”, informou o MPPE.
A morte do adolescente aconteceu menos de um mês após a Funase mudar de comando. No dia 20 de julho, a advogada e professora universitária Raíssa Braga tomou posse, em substituição a Nadja Alencar.