quarta-feira, 19 de abr de 2023


Foram afastados por 120 dias o sargento e o cabo da polícia militar que agrediram uma mulher na cidade de Primavera, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. A determinação foi publicada no boletim geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), desta terça-feira (18).

De acordo com o documento, o sargento Ademir Sena da Silva e o cabo Elias dos Santos Rafael, de idades não divulgadas, foram submetidos ao conselho de disciplina da corporação.

O afastamento de 120 dias pode ser prorrogado por igual período. Nas próximas 24 horas, os agentes deverão entregar, no setor competente, suas armas e utensílios funcionais.

Ao final do prazo, caso o processo administrativo não tenha sido concluído, ficará a cargo da Diretoria de Gestão de Pessoas da Polícia Militar de Pernambuco adotar providências para que os militares retornem às atividades administrativas. Neste caso, haverá restrição ao porte de arma, até decisão do Conselho de Disciplina.

Entenda o caso:
No último sábado (15), Nadiane Kênia da Silva Ramos, de 25 anos, foi agredida por dois policiais militares do lado de fora do Clube Municipal de Primavera, na Mata Sul, onde estava sendo realizado um show.

Nadiane contou ao portal de notícias G1 que havia ingerido bebida alcoólica e estava indo a pé para casa, na companhia do irmão, quando teve a sensação de que estava sendo perseguida.

Ela se aproximou de uma viatura para pedir ajuda e, ao falar com os policiais, afirmou que havia sido companheira do sargento reformado da Polícia Militar João José Soares (João da Kombi), de 61 anos, assassinado a tiros na cidade, há um ano.

Segundo a vítima, ao informar que era esposa de João da Kombi, um dos policiais disse: “Não, você era a rapariga!”. Na sequência, o agente desceu da viatura e deu início às agressões.

A mulher levou socos e tapas no rosto, no meio da rua. Os agentes também jogaram spray de pimenta nos olhos dela. O episódio foi registrado e ganhou repercussão após as imagens das agressões serem compartilhadas na internet.

Um dia após o ocorrido, a Corregedoria Geral da SDS informou que iria instaurar procedimento preliminar para identificar os policiais militares e apurar informações sobre o fato.

Já a PMPE, por meio de nota, afirmou que a corporação não concordava com a conduta dos agentes e que também iniciaria uma investigação.

“Ratificamos que este tipo de procedimento, agressivo, exagerado e desproporcional, não condiz com a doutrina de abordagem policial, tampouco faz parte das orientações repassadas pela corporação à sua tropa”, informou a PMPE.

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