Um simples exame de sangue pode ser, em um futuro próximo, capaz de diagnosticar uma forma hereditária da doença de Alzheimer dez anos antes de os primeiros sintomas aparecerem. A técnica, baseada em biomarcadores, foi desenvolvida por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia.
“A primeira mudança que observamos foi um aumento na GFAP aproximadamente dez anos antes dos primeiros sintomas da doença”, diz a última autora do estudo, Caroline Graff, professora do Departamento de Neurobiologia, Ciências e Sociedade do Cuidado, Karolinska Institutet.
Ela acrescenta que, em seguida, houve aumento das concentrações de P-tau181 e, posteriormente, NfL (proteína leve de neurofilamento), “que já sabemos estar diretamente associada à extensão do dano neuronal no cérebro de [pacientes com] Alzheimer”.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente 55 milhões de pessoas vivem com demência em todo o planeta, das quais entre 60% e 70% têm Alzheimer.
Com o envelhecimento da população, estima-se que a demência poderá atingir 78 milhões de pessoas daqui a oito anos e 139 milhões até 2050.
Diagnosticar precocemente a doença é um desafio que cientistas tentam resolver há décadas. Isto porque, quando identificado cedo, há formas de fazer com que a doença progrida mais lentamente, garantindo qualidade de vida ao paciente.
Durante a fase inicial e até moderada do Alzheimer é comum que os pacientes se recordem de fatos do passado e das pessoas do convívio social.
Somente na fase mais avançada é que células da região cortical do cérebro, que armazena memórias antigas, começam a ser afetadas, o que faz com que o indivíduo não reconheça mais familiares e amigos.
Outros sinais iniciais incluem mudanças no humor ou personalidade, afastamento de amigos e familiares, alterações visuais (problemas para entender imagens) e dificuldades na comunicação escrita ou falada.