sábado, 15 de out de 2022


Em referência ao educador pernambucano Paulo Freire, afirmando que seria preciso “juntar os divergentes para vencer os antagônicos”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contextualizou o momento histórico de unir no mesmo palanque, a candidata ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD), e o PSB, representado pelo prefeito do Recife, João Campos.

Ainda assim, apesar do agradecimento público feito pela própria postulante – que disputou a prefeitura contra o filho do ex-governador Eduardo Campos, em 2020 – afirmando que João Campos, “mesmo sendo tão jovem teve discernimento a favor da democracia e de um governo progressista”, os socialistas seguem sem expressar nominalmente o apoio a sua candidatura.

Na coletiva de imprensa, concedida na manhã desta sexta-feira (14), na sede da Fetape, João Campos e Marília estiveram lado a lado. Eles repetiram a cena durante a caminhada realizada pelas ruas do centro do Recife e também subiram no trio elétrico, estacionado na Praça do Carmo, onde Lula fez um breve discurso. Nas ocasiões, João Campos não fez nenhum pronunciamento, mas sua presença e os cumprimentos feitos ao longo do dia foram carregados de simbolismo.

As ausências de algumas lideranças do PSB também não deixaram de ser notadas no ato público: a do governador Paulo Câmara, do deputado federal Danilo Cabral e do presidente do partido, Sileno Guedes – este último, com compromissos fora do Estado, não pôde estar presente.

Uma das leituras feita por aliados, é de que Paulo Câmara, mesmo sendo um importante articulador de Lula em Pernambuco, tem um índice alto de rejeição da sua gestão, que gira em torno de 56%, segundo as pesquisas eleitorais.

Não seria interessante para Marília, ter sua imagem diretamente vinculada ao chefe do Executivo, que também teria sido escondido na campanha de Danilo Cabral, segundo apontava a oposição.

E no caso do deputado federal Danilo Cabral, a falta também teria sido relacionada ao seu desempenho no pleito. O então candidato de Lula, ficou em quarto lugar com 18,6% dos votos, atrás de Anderson Ferreira (PL), Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes.

Não tem sido surpresa para quem vem acompanhando a reorganização das forças políticas, neste segundo turno, que o apoio do PSB à Marília foi feito em meio a um clima de constrangimento.

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