segunda-feira, 27 de jun de 2022


Dois dias depois da revelação do áudio de uma interceptação telefônica que lhe rendeu suspeitas de vazamento de uma investigação sigilosa da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro disse na noite de ontem que vai anunciar “nos próximos dias” o ex-ministro Walter Braga Netto como vice em sua chapa. Ele destacou a atuação do general nas Forças Armadas e fez elogios a outros postulantes ao cargo, como a ex-ministra Tereza Cristina.

Bolsonaro destacou que Braga Netto tem 45 anos de serviço na caserna e que foi interventor por quase um ano no Rio de Janeiro, além de assumir o comando do ministério da Defesa. Ele deixou o cargo e foi nomeado assessor da Presidência. Para ser candidato, Braga Netto terá que deixar o cargo até o início de julho, para ficar livre para disputa de um cargo ao lado de Bolsonaro.

— Eu admiro muito o Braga Netto. E é uma pessoa que vai, caso a gente consiga uma reeleição, ajudar e muito o Brasil aqui nos próximos anos. Eu que agradeço o Braga Netto por ter aceitado essa missão — afirmou.

Caso do MEC

Na mesma entrevista, Bolsonaro também voltou a sair em defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, dizendo que foi preso “injustamente” e que não havia indícios mínimos de corrupção, apesar da operação da PF contra Ribeiro.

Bolsonaro, no entanto, não fez nenhum comentário sobre ter sido citado como suspeito de interferência no inquérito. Em uma interceptação telefônica, Milton relatou à sua filha que havia conversado com o presidente, e que Bolsonaro havia lhe dito acreditar que seu ex-ministro seria alvo de busca e apreensão. Por isso, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal apontaram suspeitas de vazamento da investigação por parte de Bolsonaro.

Por Agência O Globo

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