segunda-feira, 13 de jun de 2022
O aumento de casos de Covid-19 em vários países, impulsionado por duas novas subvariantes da família Ômicron, dominantes na África do Sul e em Portugal – as mutações BA.4 e BA.5 – tem preocupado especialistas. No Brasil, a disseminação dessas subvariantes passou de 10,4% para 44% em quatro semanas, segundo o Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Em Pernambuco, depois de 50 dias, o balanço voltou a superar os mil infectados em 24 horas. No último sábado (11), 1.126 novos registros. Ontem, outros 884, totalizando 947.413 casos, sendo 56.668 graves e 888.745 leves desde o início da pandemia.
Novas variantes, mesma tendência
“Após o surgimento da Ômicron, as mutações que ocorreram a partir dessa variante mostravam uma velocidade de transmissão muito maior. Então, essas duas últimas variantes mantiveram esse comportamento e, justamente por isso, esse novo aumento de casos”, explica o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Demetrius Montenegro.
“O que se espera em uma situação de sobrevivência do vírus é que ele tende a ter uma capacidade maior de transmissão. Em compensação, ele termina diminuindo um pouco a sua virulência. No entanto, tudo em torno do coronavírus é uma surpresa. Então, precisamos continuar tomando os cuidados”, orienta. “Aqui em Pernambuco, a gente ainda não vem observando esse comportamento de aumento casos graves. Mas fica sempre a expectativa de como essa curva vai se comportar”, avalia.
Flexibilização x aumento de casos
“É natural a circulação da Ômicron com as pessoas totalmente desprotegidas do ponto de vista mecânico (mesmo com imunização, o vírus pode contaminar via aérea)”, continua Montenegro. O agravante, segundo ele, é que houve aumento de casos respiratórios relacionados a outros vírus e as pessoas começaram a testar menos para o coronavírus.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou em nota que o Governo “monitora permanentemente a evolução da doença” e que “as medidas para conter o vírus são sempre proporcionais ao momento epidemiológico. Destaca, ainda, que para continuar colhendo bons frutos no enfrentamento ao vírus, e para manter um cenário favorável de forma sustentada, é crucial o avanço na imunização da população, com todas as doses disponíveis”.
Por: Folha de Pernambuco