quarta-feira, 08 de jun de 2022
O Brasil vive uma quarta onda de Covid-19. Há cerca de um mês, a média móvel de novos casos passou a apresentar tendência de alta e isso explodiu na última semana, quando o número de novos casos diários ficou em torno de 30 mil, um aumento de cerca de 107%, em comparação com duas semanas antes. O aumento dos diagnósticos positivos já se reflete no sistema de saúde. Em pelo menos sete unidades da federação houve aumento de internações e atendimentos, embora o número de óbitos não tenha acompanhado.
— Não há dúvida que já estamos vivendo uma nova onda de Covid-19. O aumento do números de casos ocorre de forma concomitante no país inteiro— diz o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O cenário nos estados é reflexo do aumento de casos no país. Somente nas farmácias, segundo levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), os testes positivos para Covid-19 saltaram 326% em maio. No total, foram registrados 136.117 mil novos casos, um número mais de quatro vezes maior que os 31.981 do mês de abril.
Dados do último Boletim InfoGripe Fiocruz mostram que a Covid-19 já responde por 59,6% dos pacientes hospitalizados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país. É a terceira semana consecutiva que as ocorrências da doença se mantêm predominantes entre os casos de SRAG. No boletim anterior, as infecções pelo coronavírus eram 48% dos casos positivos.
— Algumas cidades e estados já estão apresentando aumento de internação hospitalar, mas, em comparação com as ondas anteriores, há menor necessidade de leitos de terapia intensiva. Também não estamos vendo muitos óbitos —diz o infectologista Júlio Croda, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).
Por: Bernardo Yoneshigue, Felipe Grinberg, Giulia Vidale e Mariana Rosário
— Rio de Janeiro e São Paulo